Um ex-funcionário da ANP afirmou que o Brasil precisa licenciar novas fronteiras exploratórias porque o pré-sal está se esgotando.
Décio Oddone lançou o desafio aos líderes do setor para destacar os desafios de obter licenciamento ambiental para regiões promissoras para o pré-sal e outras áreas inexploradas
Não resta muito pré-sal. Em conferência em Brasília na quarta-feira, Décio Oddone, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e atual presidente da Enauta, alertou que a exploração do pré-sal dá sinais de cansaço. Embora a Margem Equatorial e as bacias da Foz do Amazonas e de Pelotas sejam muito promissoras como novas fronteiras de exploração de petróleo no Brasil, a provocação foi feita aos líderes da indústria para chamar a atenção para os desafios na obtenção de licença ambiental para essas áreas.
Ele foi enfático em dizer que o Brasil esgotamos a última fronteira de iniciativas que podem ser iniciadas e concluídas nos próximos anos. O que acontecerá com a exploração de petróleo no Brasil após o pré-sal? Oddone, dizendo em um evento chamado “Futuro e perspectivas do setor de Petróleo e Gás no Brasil”, organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, disse: “Não sabemos, [pelo menos] não está claro” (IBP) . Segundo ele, faz dez anos que o setor não consegue uma licença ambiental para explorar territórios desconhecidos.
Embora Oddone previsse o sucesso da ANP, ele previu para o setor que “a era dos leilões bilionários” estava chegando ao fim. O anúncio ocorreu no início da sexta rodada de leilões promovida pela agência, que ainda retinha reservas substanciais do polígono do pré-sal. Muitos dos poços mais recentes perfurados falharam. A exploração na área “foi uma surpresa negativa, mas é uma realidade”, afirmou.
Se o Brasil não vai abrir novas áreas para exploração de petróleo, defende o ex-diretor da ANP, deve partir de uma “decisão consciente”, após “debate sério”, e não apenas adiar a emissão de licenças ambientais. Segundo ele, a dificuldade dessa conversa é como o país vai continuar financiando as políticas sociais e gerando dinheiro sem os ganhos econômicos do setor, dada a arrecadação da União, dos Estados e dos municípios com royalties e impostos
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